A osteoporose é uma condição de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais prevalente em mulheres com mais de 50 anos: para se ter uma dimensão do problema basta citar esse dado: uma em cada três mulheres nessa faixa etária enfrentará uma fratura óssea devido à osteoporose, segundo o Ministério da Saúde.
E tem mais: cerca de 80% dos pacientes não são diagnosticados e tratados para controlar essa condição silenciosa e só recebem o diagnóstico de osteoporose após sentir os primeiros sintomas, que podem ser justamente alguma fratura (muitas vezes por motivos banais, como levantar um objeto ou até mesmo espirrar ou tossir!), dificuldade em permanecer com a coluna reta em pé ou sentado.
Mas esses sinais visíveis apontam que a deterioração óssea já estava em andamento há algum tempo, o que reforça a importância de fazer o rastreamento dessa condição (através da densitometria óssea) para que medidas sejam tomadas antes que se chegue a esse quadro.
Rastreamento
Como dito, diagnosticar a condição em estágios iniciais é fundamental para preservar a qualidade de sua saúde óssea. Para isso é crucial que as mulheres com mais de 50 anos realize periodicamente exames de densitometria óssea para avaliar a densidade mineral óssea e identificar possíveis áreas de fragilidade.
Estar ciente dos fatores de risco, como histórico familiar, deficiência de cálcio e vitamina D, e menopausa, também desempenha um papel fundamental na identificação precoce da osteoporose, uma vez que, em alguns casos (e sempre com a devida indicação do seu médico) o rastreamento deve ser feito até antes, confira quais são eles:
- Menopausa precoce (antes dos 45 anos)
- Histórico familiar de fraturas e osteoporose
- Fratura prévia por trauma leve
- Uso de corticoides por mais de 3 meses
Existem outros fatores que são considerados menos importantes, porém também influenciam na diminuição da massa óssea, como:
- Baixo peso (IMC menor que 19 kg/m2)
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Sedentarismo
- Dieta pobre em cálcio
- Alguns medicamentos (varfarina, anticonvulsivantes, lítio, metotrexato e outros)
Tratamento e gerenciamento adequado: o caminho para fortalecer sua saúde óssea
Uma vez diagnosticada, a osteoporose pode ser gerenciada e tratada de maneira eficaz (lembrando que, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico).
Estratégias que incluem mudanças no estilo de vida, como uma dieta rica em cálcio, prática regular de exercícios de fortalecimento e, quando necessário, medicações específicas, podem contribuir significativamente para a saúde óssea.
Como médica ortopedista e especialista em osteometabolismo, justamente a áre (sou Presidente da ABOOM - Associação Brasileira Ortopedica de Osteometabolismo 2020-2024) dedicado ao tratamento da osteoporose, meu objetivo é destacar a gravidade dessa condição e incentivar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce. Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos pode evitar fraturas ósseas com medidas preventivas adequadas. A informação é a nossa melhor aliada na luta contra a osteoporose, e a busca por um estilo de vida saudável e exames regulares são passos cruciais para preservar a saúde óssea e a qualidade de vida.